quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

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  • domingo, 9 de fevereiro de 2014

    ANTÍGENO PROSTÁTICO ESPECÍFICO (PSA) TOTAL E LIVRE RELAÇÃO PSA LIVRE/PSA TOTAL

    O carcinoma de próstata continua sendo uma das principais causas de mortalidade em homens. O que pode ser atribuído ao fato de que grande parte dos casos só é detectada em uma fase avançada da doença. Um dos problemas para o diagnóstico precoce é a ausência de sintomas específicos nas fases iniciais da invasão tumoral, dificuldade que a identificação do antígeno prostático específico (PSA) veio facilitar. Além da sua aplicação no diagnóstico, é também indicado na monitoração da terapia e detecção de recorrências.
    O PSA é uma glicoproteína produzida primariamente pelas células epiteliais prostáticas, secretada no plasma seminal, onde permanece em concentrações elevadas, e em menores concentrações no soro de homens normais. Como já foi identificado em outros tecidos, como na mama e em suas secreções, estudos clínicos têm sido realizados para avaliar sua aplicação também no diagnóstico e prognóstico desse tipo de câncer.
    Apresenta-se no soro sob diversas formas: não-ligado ou livre (PSA Livre), ligado à alfa-1-antiquimiotripsina (PSA-ACT), à alfa-2-macroglobulina (PSA-AMG) e a outras formas menores. Quando ligado à alfa-2-macroglobulina, fica encoberto por esta macromolécula, tornando-se inacessível à dosagem nos imunoensaios normalmente utilizados.
    A soma das frações livre e ligada à antiquimiotripsina representa o PSA total. Para triagem de patologias prostáticas, a Associação Americana de Urologia e a Sociedade Americana de Oncologia recomendam a dosagem de PSA e o toque retal em todos os homens acima de 50 anos e naqueles, acima de 45, que tenham história familiar de câncer de próstata ou ascendência afro-americana. Deve-se levar em conta que o PSA é produzido tanto pelo tecido normal quanto pelo hiperplásico; doenças prostáticas não malignas, especialmente a hiperplasia prostática benigna e a prostatite, também causam elevação do PSA sérico. Pacientes com níveis maiores que 10ng/mL têm um risco elevado de câncer de próstata, tornando-se candidatos à biópsia diagnóstica, enquanto aqueles com níveis menores que 4ng/mL devem ser mantidos em observação.
    Entretanto, 20% dos pacientes com adenocarcinomas apresentam valores de PSA abaixo de 4ng/mL. Índices entre 4ng/mL e 10ng/mL acrescentam pouca informação em termos de valor diagnóstico. Apenas 25% dos homens com níveis de PSA nesta faixa desenvolverão câncer de próstata. Nestes casos é importante fazer a dosagem do PSA livre, pois esta fração encontra-se diminuída em pacientes com câncer de próstata quando comparados aos casos de hiperplasia prostática benigna. Portanto, é importante a avaliação da relação PSA livre/PSA total, o que melhora a especificidade do teste e reduz o número de biópsias.
    Diversos estudos apresentam diferentes valores de cut-off para esta relação, variando entre 0,15 e 0,25 conforme os métodos utilizados. Índices abaixo deste cut-off sugerem neoplasias, enquanto valores acima apontam hiperplasia. A dosagem isolada de PSA não é um bom preditor para estagiamento de neoplasia. Para esta finalidade, sua dosagem pré-operatória deve ser associada ao estagiamento baseado na biópsia e ao Gleason score. Níveis pré-operatórios muito elevados, maiores do que 100ng/mL, são indicativos de doença metastática avançada, enquanto níveis menores do que 10ng/mL raramente estão associados à cintigrafia óssea positiva.
    Níveis pré-operatórios de PSA parecem ser um fator prognóstico independente antes do início da radioterapia. Baixos níveis predizem ausência de recorrência bioquímica depois da cirurgia ou da radioterapia. Grupos de pacientes com valores de PSA de 0ng/mL a 4ng/mL, 4ng/mL a 10ng/mL, 10ng/mL a 20ng/mL e maiores do que 20ng/mL apresentam diferentes evoluções depois da radioterapia ou da cirurgia.
    Após prostatectomia total, a dosagem de PSA é essencial para distinguir pacientes com doença residual, recorrência ou critérios de cura, e deve ser feita entre seis e oito semanas depois da cirurgia. Os pacientes com níveis menores do que 0,1ng/mL são considerados em remissão, enquanto aqueles com valores maiores do que 0,1ng/mL provavelmente apresentam doença residual. Sua dosagem deve ser repetida a intervalos regulares para avaliação a longo prazo da prostatectomia radical.
    Existem relatos contraditórios quanto à interferência da manipulação prostática nos níveis séricos do PSA e dos intervalos adequados entre estes procedimentos e sua dosagem. A interferência da manipulação por exames endoscópicos, pela biópsia de próstata, ultra-sonografia transretal, prostatectomias radicais e transurretrais está claramente definida. Como a meiavida do PSA é longa, de 2,2 a 3,2 dias, é importante guardar um intervalo após essa manipulação para realizar uma dosagem criteriosa. A maioria dos autores refere como tempo necessário para a normalização dos valores do PSA, após estes procedimentos, intervalos que variam de duas a quatro semanas.
    Também são relatados aumentos como resultado de retenções urinárias agudas e de prostatites. Entretanto, no exame da próstata por toque retal, ainda não está bem definida a necessidade de um intervalo de tempo entre a realização do procedimento e a análise do PSA, pois alguns autores referem como sem relevância clínica as possíveis interferências resultantes. Outros autores não recomendam a dosagem até três dias após o toque retal. Outras situações também devem ser evitadas: ejaculação, equitação, exercício em bicicleta (ergométrica ou não), andar de motocicleta nas últimas 48 horas; uso de supositório ou sondagem uretral nos últimos três dias.
    Para que possam ser comparados, ambos os testes, PSA livre e total, devem ser realizados pelo mesmo método e na mesma amostra. A sensibilidade do PSA total é de 0,04ng/mL e a do PSA livre é de 0,05ng/mL.
    MÉTODO: Ensaio imunoenzimático por quimioluminescência.
    AMOSTRA: Sangue (tubo sem anticoagulante).

    sábado, 8 de fevereiro de 2014

    Mercúrio, Chumbo e Cádmio não possuem nenhuma função dentro dos organismos e a sua acumulação pode provocar graves doenças, sobretudo nos mamíferos, como câncer e outras doenças graves.
    Metais Pesados no Organismo Humano
    Metais pesados são metais quimicamente altamente reativos e bioacumuláveis, ou seja, os organismos não são capazes de eliminá-los.

    Leia a matéria na íntegra:

    Metal pesado
     
    Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
    Esta página ou seção não cita nenhuma fonte ou referência, o que compromete sua credibilidade (desde maio de 2010).
    Por favor, melhore este artigo providenciando fontes fiáveis e independentes, inserindo-as no corpo do texto por meio de notas de rodapé. Encontre fontes: Google — notícias, livros, acadêmico — Scirus— Bing. Veja como referenciar e citar as fontes. 

    Metais pesados são metais quimicamente altamente reativos e bioacumuláveis, ou seja, os organismos não são capazes de eliminá-los.
    Quimicamente, os metais pesados são definidos como um grupo de elementos situados entre o cobre e o chumbo na tabela periódica tendo pesos atômicos entre 63,546 e 200,590 e densidadesuperior a 4,0 g/cm3.
    Os seres vivos necessitam de pequenas quantidades de alguns desses metais, incluindo cobalto,cobre, manganês, molibdênio, vanádio, estrôncio, e zinco, para a realização de funções vitais no organismo. Porém níveis excessivos desses elementos podem ser extremamente tóxicos. Outros metais pesados como o mercúrio, chumbo e cádmio não possuem nenhuma função dentro dos organismos e a sua acumulação pode provocar graves doenças, sobretudo nos mamíferos, como câncer e outras doenças graves.
    Quando lançados como resíduos industriais, na água, no solo ou no ar, esses elementos podem ser absorvidos pelos vegetais e animais das proximidades, provocando graves intoxicações ao longo da cadeia alimentar.
    Principais metais pesados contaminantes[editar | editar código-fonte]


    Mercúrio•Arsênico
    Causa problemas nos sistemas respiratório, cardiovascular e nervoso.
    •Chumbo
    Atinge o sistema nervoso, a medula óssea e os rins.
    •Cádmio
    Causa problemas gastrointestinais e respiratórios.
    •Mercúrio
    Se concentra em diversas partes do corpo como pele, cabelo, glândulas sudoríparas e salivares, tireóide, sistema digestivo, pulmões, pâncreas, fígado, rins, aparelho reprodutivo e cérebro, provocando inúmeros problemas de saúde.
    •Crómio
    Provoca irritação na pele e, em doses elevadas, câncer.
    •Manganês

    Causa problemas respiratórios e efeitos neurotóxicos.
    Categorias:  Metais
     Toxicologia
     

    sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

    Estudo: carne vermelha não é responsável pelo câncer de próstata

    A pesquisa foi divulgada pelo Nutrition Journal.
    Durante a última década, a carne vermelha foi taxada como uma das responsáveis pelo câncer de próstata. Porém, uma pesquisa publicada pelo Nutrition Journal comprovou o contrário. O alimento não é o vilão que se pensava e não é o único responsável pelo surgimento do câncer.
    Para se chegar a essa conclusão foram realizados 11 estudos. Durante a análise, não foi detectada nenhuma associação da carne vermelha com o câncer de próstata avançado. O fator mais determinante para o surgimento da doença foi a hereditariedade. No entanto, o estudo concluiu que existem alimentos mais danosos à saúde do que a carne vermelha no surgimento da doença.
    Os cientistas chegaram a conclusão que a alta ingestão de cálcio aumenta o risco de câncer de próstata, bem como o consumo de uma grande quantidade de gorduras. Já a diminuição do risco de câncer de próstata está associada a ingestão em grande doses de licopeno e selênio. Juntos eles têm ação antioxidante e protegem as células contra os radicais livres.
    Livre de ser o alimento danoso que se pensava, os médicos envolvidos com o estudo liberaram o consumo da carne vermelha valorizando a aquela orgânica, livre de hormônios e antibióticos. A quantidade ingerida por semana deve ser um bife, do tamanho de uma carta de baralho e no prato, ela deve vir acompanhada de arroz integral, verduras e legumes.

     
    Instituto de Memória - Núcleo de Envelhecimento Cerebral / NUDEC
    Rua Napoleão de Barros, 618. Vila Clementino.

    Instituto de Memória - Núcleo de Envelhecimento Cerebral / NUDEC
    Rua Napoleão de Barros, 618. Vila Clementino.

    segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

    Ao crescimento benigno da próstata,
    um copo de vinho


    Miguel Srougi

    Miguel Srougi, 52, é professor titular de urologia da Escola Paulista de Medicina – UNIFESP e pós-graduado em urologia pela Universidade de Harvard (EUA).
    Marcel Aymé dizia que a história da vida invariavelmente termina mal. Além da decadência física e do espectro da morte, os homens ainda enfrentam o tormento das doenças da próstata, pequena glândula situada na saída da bexiga e que produz o esperma, líquido que transporta os espermatozóides no momento da ejaculação.
    Por que esta estrutura tão diminuta, que pesa 15 g (o equivalente a apenas 0,0002% do nosso peso!) causa tanta comoção nos homens e na ciência médica? Erroneamente, porque desde tempos primordiais atribui-se a próstata os dons de controlar a função e o prazer sexual, atributos que ela definitivamente não tem. Corretamente, porque esta glândula pode ser envolvida por dois problemas freqüentes e distintos, ambos de conseqüências negativas para a quantidade e qualidade de vida de seus portadores.
    Em primeiro lugar, a próstata pode originar o câncer mais comum do homem, que atingirá um em cada 6 indivíduos que viverem até os 75 anos e não poupará nenhum que sobreviver até 100 anos.
    Além do câncer, outra doença pode acometer a próstata. Quase todos os homens apresentam, após os 40 anos de idade, um crescimento benigno da glândula, chamado de hiperplasia ou hipertrofia prostática. Este crescimento, sem nenhuma relação com o câncer local, estrangula a luz do canal uretral e cria graus variados de dificuldade para se expelir a urina. Nos casos extremos torna-se necessária uma cirurgia para aliviar o padecimento urinário.
    A freqüência do crescimento benigno da próstata aumenta com a idade, assim como os riscos de uma intervenção cirúrgica local (gráfico). As chances de um homem com idade entre 60 e 70 anos apresentar hiperplasia benigna e necessitar de cirurgia para contornar o problema, são, respectivamente, da ordem de 80% e 10%, números incômodos até para o menos convicto dos hipocondríacos.
    Além do sofrimento físico que impõe aos seus portadores, o crescimento da próstata tem implicações econômicas que não podem ser menosprezadas. Estatísticas publicadas pela Organização Mundial da Saúde indicam que em 1996 gastou-se no mundo 280 milhões de dólares com medicações para tratar o problema. Nos Estados Unidos, onde existem cerca de 30 milhões de homens com mais de 50 anos de idade, são dispendidos 2 bilhões de dólares a cada ano para o diagnóstico e tratamento do crescimento benigno da próstata, quase 20% do total de dinheiro destinado à Saúde anualmente em nosso país. Se levarmos em conta que o Brasil tinha em 1996 mais de 12 milhões de homens nesta faixa etária e que este número dobrará em 20 anos, fica fácil entender o impacto econômico negativo que uma única doença exercerá sobre a nossa sociedade.
    As causas do crescimento benigno da próstata não são completamente conhecidas mas sabe-se que alguns fatores aumentam os riscos de aparecimento do problema. As evidencias sobre a transmissão hereditária da doença são contraditórias mas levantamento realizado recentemente na cidade de Baltimore, nos Estados Unidos, demonstrou que a hiperplasia prostática é três vezes mais comum em homens cujos pais foram submetidos à cirurgia da próstata. Por outro lado, observou-se que a necessidade de uma intervenção cirúrgica local é 50% menor em fumantes e em indivíduos obesos. Duas explicações são dadas para esta observação. A otimista e inédita, o fumo e a obesidade impedem o crescimento da próstata. Inédita porque pela primeira vez em medicina estaria sendo provado que o hábito de fumar e o excesso de peso fazem bem à saúde. A segunda explicação, menos grandiosa e mais plausível, é que tanto fumantes como obesos tem a mesma propensão que os demais homens ao crescimento prostático, apenas sofrem menos cirurgias por não viverem o suficiente para tanto ou por receio dos médicos de enfrentar casos de maior risco cirúrgico.
    Embora quase todos os homens estejam destinados a apresentar sintomas relacionados com o crescimento da próstata, apenas em 30% ou 40% deles as manifestações tornam-se mais significativas e inconvenientes. Incluem-se aqui o enfraquecimento do jato de urina, o aumento do número de micções durante o dia e, principalmente, à noite, graus variados de urgência para urinar e desconforto no baixo ventre quando a bexiga está cheia. Vale notar que estas manifestações são oscilantes, com períodos de melhora espontânea que se intercalam com outros de exacerbação dos sintomas. Neste sentido, vários estudos realizados com pacientes portadores de crescimento prostático demonstraram, de forma coerente, que cerca de 30% deles apresentam melhora dos sintomas urinários quando reavaliados após 4 ou 5 anos. Infelizmente, neste mesmo período um terço dos casos sofre deterioração do quadro exigindo tratamento medicamentoso ou cirúrgico.
    Manifestações clínicas semelhantes podem surgir nos pacientes com câncer da próstata. A distinção entre os casos de crescimento benigno ou maligno pode ser feita com precisão pelo especialista, através do toque da próstata e das dosagens no sangue do antígeno prostático específico (PSA). Felizmente, a grande maioria dos homens com dificuldade urinária apresenta quadros de hiperplasia benigna, o que, de qualquer forma, não deve servir de escusa para tais indivíduos fugirem de uma avaliação médica periódica.
    Outras doenças podem produzir sintomas urinários e simular doenças da próstata, como, por exemplo, enfermidades neurológicas que afetam a bexiga e alguns casos de câncer da bexiga. Não só os pacientes mas também os médicos devem reconhecer estas situações, de modo a evitar que tais casos sejam tratados indevidamente.
    Como conseqüência do crescimento prostático, alguns pacientes podem apresentar bloqueio completo da uretra, quadro bastante desconfortável conhecido como retenção urinária. Felizmente esta complicação surge em apenas 7 de cada 1000 homens maduros e, na maioria das vezes, reverte-se espontaneamente após alguns dias. Vale lembrar que a retenção urinária pode ser precipitada por algumas medicações, principalmente descongestionantes nasais, agentes anestésicos e drogas anti-drepressivas, que , por isto, devem ser empregadas parcimoniosamente em portadores de crescimento prostático.
    Com o objetivo de definir a magnitude da obstrução prostática e a necessidade de tratamento, a Associação Americana de Urologia estabeleceu em 1993 um questionário, cujas respostas são traduzidas por uma escala numérica (quadro). Quando a soma de pontos situa-se entre 0 e 7, o processo obstrutivo é considerado de pouco significado, não exigindo qualquer ação médica. Homens com pontuação entre 8 e 19 vivem, em geral, de forma mais desconfortável e alguns requerem tratamento, que neste grupo costuma ser feito com medicações. Já nos pacientes com a soma de pontos maior que 19, quase sempre a qualidade de vida está comprometida e o padecimento só pode ser aliviado definitivamente através de cirurgia.
    Gostaria de reafirmar que o tratamento da hiperplasia benigna da próstata somente deve ser instituído quando os sintomas urinários são proeminentes. A existência de manifestações discretas e toleráveis não justifica a realização de qualquer tratamento, mesmo quando a próstata apresenta aumento mais significativo de tamanho. Certos especialistas, muitas vezes por excesso de zelo, algumas vezes por outro tipo de excesso, costumam indicar a remoção cirúrgica da glândula sempre que ela está aumentada, com o argumento de que estariam sendo prevenidos problemas futuros. Esta posição é inconsistente, já que atualmente as intervenções prostáticas podem ser realizadas com segurança em homens de qualquer idade. Além do mais, não existiriam filas, hospitais e dinheiro suficientes, se todos os homens com crescimento assintomático da próstata passarem a ser tratados com medicações ou cirurgia.
    Quando se opta pelo tratamento medicamentoso, os especialistas tem à disposição três grupos de agentes: os bloqueadores adrenérgicos (doxazocina, tansulozina e outros), os inibidores hormonais (finasterida) e os fitoterápicos (Saw palmetto, Pygeum africanum e outros). Estes produtos tem eficiência moderada, promovendo melhora dos sintomas urinários em 30 a 60% dos casos. Como 10 a 15% dos pacientes tratados desenvolvem distúrbios na esfera sexual e na regulação da pressão sangüínea, não se justifica a utilização indiscriminada destes medicamentos. Mesmo levando em conta que os efeitos colaterais são reversíveis, o tratamento com estes agentes só deve ser instituído quando o quadro urinário tem certa relevância clínica.
    A terapêutica cirúrgica da hiperplasia benigna é recomendada quando o desconforto urinário está comprometendo a qualidade de vida do homem. A intervenção pode ser realizada através de incisão abdominal (cirurgia aberta) ou pelo canal uretral (cirurgia endoscópica), esta última mais cômoda por dispensar uma incisão cutânea, mas exeqüível apenas em glândulas com crescimento moderado, menores de 80g.
    Quando realizadas apropriadamente, estas intervenções acompanham-se de sucesso em cerca de 90% dos pacientes. Infelizmente, em 10% dos casos os sintomas que levaram à cirurgia mantém-se inalterados ou podem reaparecer, em decorrência de estreitamentos do canal uretral causados pela intervenção ou em conseqüência de mal funcionamento da bexiga, comprometida pela sua luta prolongada contra a obstrução prostática. Ademais, as cirurgias da próstata podem se acompanhar de seqüelas, algumas de fácil adaptação, como o orgasmo seco, que se manifesta em 70 a 95% dos pacientes, e outras mais indesejáveis, como incontinência ou a perda involuntária de urina, que ocorre em 0,5 a 3% dos casos.
    Uma palavra sobre a possibilidade de impotência sexual, implicada com as cirurgias prostáticas. Esta complicação, caracterizada pela incapacidade de se obter a erecção peniana apesar do orgasmo preservado, costuma surgir nos pacientes operados de câncer local, atingindo 25% dos homens com menos de 55 anos de idade e 60% daqueles com mais de 65 anos. Por outro lado, a literatura médica revela que impotência ocorre em 0,5 a 5% dos pacientes submetidos à cirurgia por crescimento benigno da glândula. Com toda a suspeita que pode ter a opinião de um cirurgião, atrevo-me a dizer que inexistem riscos de impotência nas cirurgias de hiperplasia benigna. A meu ver, os eventuais relatos de disfunção sexual notados em tais casos, são gerados por outras causas que não a intervenção. Neste sentido, gostaria de citar um estudo realizado na Universidade de Queens, no Canada, com o objetivo de avaliar a eficiência do tratamento medicamentoso da hiperplasia prostática. Um dos grupos de pacientes recebeu cápsulas que simulavam a medicação mas que continham apenas farinha, ao final 6,3% deles queixaram-se de impotência. É óbvio que fatores psicológicos e, talvez, uma certa propensão, desencadearam a disfunção sexual nestes casos e isto pode também ocorrer quando se institui qualquer tratamento para o crescimento benigno da próstata, incluindo a cirurgia.
    Para terminar, uma notícia auspiciosa. Talvez já seja possível evitar o crescimento benigno da próstata. Alguns alimentos provavelmente interferem com o crescimento desta glândula, o que explicaria a menor freqüência do problema em homens asiáticos. A soja, certos vegetais (tomate, brócolis, feijão, ervilha, legumes) e algumas frutas (abóbora, melancia) consumidos em larga escala nos países do extremo oriente, promovem no organismo um acúmulo de enterolactonas, daidzeina e genisteina, produtos que tem um efeito inibidor sobre o crescimento prostático. A ingestão destes alimentos talvez seja pouco útil para quem já tem sua próstata crescida, mas poderia atenuar o desenvolvimento da glândula quando praticada desde à adolescência.
    Duas outras observações de interesse prático foram feitas recentemente. Pesquisas realizadas em Honolulu, no Havaí e em Rhode Island, nos Estados Unidos, demonstraram que os riscos de uma cirurgia de próstata são 50% menores nos homens que ingerem diariamente um copo de vinho ou três copos de cerveja, quando comparados aos indivíduos sem estes hábitos. Um outro estudo do Dr. Edward Giovannucci, da Universidade de Harvard, demonstrou que homens que realizam 3 horas de exercícios físicos semanais tem menos sintomas atribuíveis ao crescimento da próstata. Mesmo que o valor real destas observações não tenha sido perfeitamente esclarecido, acho que nada custa aos homens incorporarem estes hábitos à sua vida. Na pior das hipóteses, o incômodo prostático persistirá, todos continuarão indo repetidamente ao banheiro, porém bem humorados e de forma mais ágil.
    ESCORE INTERNACIONAL DE SINTOMAS PROSTÁTICOS (I-PSS)
     

     
     
    Nenhuma Vez
    Menos de 1 vez em cada 3
    Menos que a metade das vezes
    Cerca da metade das vezes
    Mais que a metade das vezes
    Quase sempre
    Valor obtido
    1. No último mês, quantas vezes você ficou com a sensação de não esvaziar completamente a bexiga após urinar?
     
    0
     
    1
     
    2
     
    3
     
    4
     
    5
     
    2. No último mês, quantas vezes você teve que urinar novamente antes de 2 horas depois de urinar?
     
    0
     
    1
     
    2
     
    3
     
    4
     
    5
     
    3. No último mês, quantas vezes você teve o jato urinário interrompido várias vezes enquanto urinava?
     
    0
     
    1
     
    2
     
    3
     
    4
     
    5
     
    4. No último mês, quantas vezes você teve dificuldade em controlar e evitar o desejo de urinar?
     
    0
     
    1
     
    2
     
    3
     
    4
     
    5
     
    5. No último mês, quantas vezes você teve o jato urinário fraco?
     
    0
     
    1
     
    2
     
    3
     
    4
     
    5
     
    6. No último mês quantas vezes você teve que fazer força para iniciar o ato de urinar?
     
    0
     
    1
     
    2
     
    3
     
    4
     
    5
     
    7. No último mês, quantas vezes, na média, você teve que levantar da cama à noite para urinar?
     
    0
     
    1
     
    2
     
    3
     
    4
     
    5
     
     
     
    ESCORE TOTAL DE SINTOMAS
     
     
     
     
     
     
     
    SOMA =
     
     
    INTERPRETAÇÃO
     
    Total de Pontos
    Significado Clínico
    0 – 7
    8 – 19
    Maior que 20
    Quadro favorável
    Avaliação médica recomendável
    Tratamento necessário


    | artigos de revisão | desafio clínico | novidades urológicas | truques urológicos |
    | consulta aos editores | edições passadas | disciplina Uro-EPM |

    Volume III - 6ª Edição: Julho/Setembro, 1999
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