quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Estreia de "Lula, o Filho do Brasil" é marcada por aplausos e protestos

A primeira exibição pública do filme "Lula, o Filho do Brasil", arrancou aplausos de políticos e correligionários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de artistas e cinéfilos que prestigiaram a abertura do 42º Festival de Cinema de Brasília.

Ao todo, o Palácio do Planalto reservou 740 das 1.320 cadeiras, estiveram presentes ministros, ex-ministros e parlamentares da base aliada. A primeira-dama Marisa Letícia representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve preparar uma sessão reservada com familiares para assistir a película. A primeira-dama estava acompanhada de amigas, posou para foto ao lado dos atores do filme, mas deixou o teatro sem falar com a imprensa.

Para o ministro Fernando Haddad (Educação), o filme permite ao espectador conhecer as tradicionais histórias contadas pelo presidente Lula na intimidade.

"Gostei bastante. Foi muito bem feito. É bacana ver na tela o que estava escrito no livro. Retrata bem as histórias que eu ouço ele contar da vida dele nas reuniões. Ele tem o hábito de contar essas histórias quando está entre amigos. Acho difícil o presidente superar o nível de popularidade que já tem em função do filme. As pessoas conhecem a história do Lula de 30 anos para cá, os primeiros trinta anos, pouca gente conhece e com o filme vão poder conhecer", disse.

Durante a exibição do filme, a plateia foi levada aos risos com as cenas do presidente Lula convencendo a jovem Marisa Letícia a namorá-lo. Na avaliação de alguns convidados, o filme frustrou por retratar de forma acelerada os momentos da vida do presidente, sem se prender a um drama central. "O filme acabou sendo superficial, sem explorar as situações mais delicadas da vida do presidente. Outro dia em uma entrevista, ele contando da morte da mulher e do filho me emocionou mais do que no filme", afirmou Armanda Furtado, 21, estudante de Arquitetura da Universidade de Brasília.

Reclamações

A sessão, no entanto, foi marcada por protestos da produção do filme contra a organização do festival, que deixou os atores da película que desembarcaram na capital federal para a estreia sem assento reservado. Fábio Barreto também reclamou da superlotação do Teatro Nacional, que além dos 1.320 lugares ocupados, teve toda sua escadaria preenchida por convidados. Segundo o cineasta, a situação oferecia risco ao público.

Os espectadores ignoraram os apelos de Barreto para que deixassem o local. O cineasta rebateu indiretamente às críticas de que o filme tinha um caráter político. "Esse filme é uma obra de arte para mostrar como o povo brasileiro é lutador, perseverante. É uma homenagem ao povo", disse.

Outro protesto também chamou atenção. Antes da apresentação da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, que tocou músicas de Luiz Gonzaga sobre o sertão, um grupo de defensores do ex-ativista Cesare Battisti subiu ao palco e estendeu uma faixa pedindo que o presidente Lula evite a extradição do italiano acusado de quatro assassinatos. O STF (Supremo Tribunal Federal) retoma hoje o julgamento.

Filme

Com orçamento de aproximadamente R$ 12 milhões, "Lula, o Filho do Brasil" é o filme mais caro da história do cinema brasileiro e será exibido em quase 400 salas no Brasil. A estreia nacional do filme está prevista para o dia 1º de janeiro, mas hoje ele terá sua pré-estreia no Festival Internacional de Cinema de Brasília --apenas para convidados.

Dirigido por Fábio Barreto e estrelado por Rui Ricardo Diaz, Glória Pires, Cléo Pires, Juliana Baroni e Milhem Cortaz, "Lula, o Filho do Brasil" não participará da Mostra Competitiva do festival.

Segundo produtores, serão realizadas exibições especiais para comunidades pobres de grandes cidades e localidades da zona rural onde não há cinemas. O filme conta a história de Lula desde seu nascimento, em 1945, no sertão de Pernambuco, até sua consagração como líder sindical, em 1980, no ABC paulista.

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